O que é a Taxa Referencial e como ela influencia nos investimentos?

Você sabe o que é a taxa referencial? Ela foi criada nos anos 90, e, como o nome já sugere, sua função era servir de referência para a economia e controlar a inflação, que atingia níveis estratosféricos à época. Hoje, entretanto, ela é utilizada com finalidades bem diferentes, e seu foco são as aplicações financeiras. 

Neste post, explicamos as peculiaridades da taxa referencial e a sua relevância para os investimentos.

O que é a taxa referencial? 

A taxa referencial é uma taxa mensal que foi criada para servir de referência para a taxa de juros e que, hoje, é utilizada principalmente como um fator de correção monetária de empréstimos, do FGTS e de investimentos, e é particularmente importante para quem guarda dinheiro na poupança.

O rendimento na caderneta de poupança está relacionado à taxa referencial, uma vez que, quando a taxa básica de juros (Selic) é maior do que 8,5% ao ano, o retorno do poupador é de 0,5% mensais, somados à variação da taxa referencial. É por causa dessa taxa que a remuneração da caderneta de poupança varia. 

Como a taxa referencial é calculada?

Para calcular a taxa referencial, usa-se como base a média ponderada das taxas de juros pagas pelos CDBs (aplicações de renda fixa emitidas por bancos) prefixados das trinta maiores instituições financeiras do mercado, conhecida como Taxa Básica Financeira (TBF).

Para facilitar, pode-se utilizar a seguinte fórmula: 

TR = 100 x [(1+TBF)/R-1]

Nessa fórmula, a TBF mensal está em notação decimal e o R é o fator redutor

R = a + b x TBF, sendo que a TBF mensal está em notação decimal, “a” é um valor determinado pelo governo equivalente a 1,005  e “b” é um valor variável de acordo com a TBF anualizada.

Como a remuneração  dos CDBs está indiretamente atrelada à Selic, pode-se entender que a oscilação da taxa referencial também tem certa relação com a taxa básica de juros, já que, quando esta sobe, a estimativa é que a taxa referencial também se eleve. A recíproca também é verdadeira. Apesar disso, historicamente a taxa referencial costuma se manter abaixo da Selic, já que a fórmula utilizada para calculá-la utiliza um fator redutor mensurado a partir da TBF e de parâmetros determinados pelo governo. 

Vale ressaltar que a taxa referencial tem valor mínimo de zero, e nunca fica negativa, mesmo quando a taxa básica de juros atinge patamares baixíssimos. 

Qual é o valor da taxa referencial?

Caso a taxa de juros seja igual ou menor que 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 70% da Selic somado à taxa referencial. Já se a taxa de juros estiver acima desse percentual, a poupança terá um rendimento fixo de 0,5% ao mês, somado à taxa referencial.

Taxa referencial diária x Taxa referencial mensal

Agora que você aprendeu como a taxa referencial é calculada, é hora de ficar por dentro de suas variações: diária e mensal. Tanto a taxa referencial mensal quanto a diária têm impacto no resgate das aplicações financeiras. 

A taxa referencial mensal é utilizada na correção monetária quando o dinheiro permanece aplicado pelo período do mês cheio, e a taxa referencial diária, divulgada pelo Banco Central, é a parcela correspondente ao seu valor mensal. A soma de todas as taxas referenciais diárias dão origem à taxa mensal. Isso significa, na prática, que se o investidor solicitar o resgate do capital investido antes de completar o mês cheio, o reajuste será realizado com base nessa data. 

As aplicações financeiras mais influenciadas pela taxa referencial

Caderneta de poupança

Conforme explicamos anteriormente, a poupança é a aplicação financeira mais conhecida em relação à taxa referencial. Ela funciona da seguinte forma: com a taxa Selic acima de 8,5% ao ano, o rendimento é de 0,5% ao mês + TR, mas se a taxa Selic for inferior a 8,5% ao ano, a rentabilidade será de 70% da Selic. A caderneta de poupança não é a melhor opção para investir, já que a rentabilidade é baixa e hoje existem muitas alternativas em renda fixa que trazem retornos maiores, com a mesma segurança. 

FGTS

O FGTS é o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Nada menos que 8% da remuneração dos trabalhadores assalariados são destinados a esse fundo. Como o dinheiro tem condições específicas para ser resgatado, pode acontecer de ele ficar guardado muito tempo e perder poder de compra devido à inflação do período. Por isso, o governo determina que o dinheiro do FGTS tenha uma rentabilidade de 3,0% ao ano, mais a taxa referencial. 

Como o retorno não é dos melhores, uma alternativa para isso é investir o FGTS recebido em outras aplicações de renda fixa, como as Letras de Crédito e o Tesouro Direto, que são seguros e oferecem rentabilidade maior. 

Títulos de Capitalização

Esses títulos nada mais são do que aplicações oferecidas pelos bancos que funcionam como uma espécie de poupança que, no fim do prazo, sorteiam um prêmio entre os investidores. A rentabilidade dos títulos de capitalização corresponde exatamente à taxa referencial do período da aplicação, o que faz com que eles não sejam a opção mais rentável. É mais interessante buscar outros investimentos mais vantajosos, como os CDBs e as LCIs ou LCAs. 

Financiamentos Imobiliários

Os financiamentos dos imóveis que fazem parte do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) da Caixa Econômica também são afetados pela taxa referencial pois, nessa modalidade de parcelamento, os valores são corrigidos por juros fixos acrescidos a essa taxa. Portanto, no fim do financiamento, é bem provável que o valor desembolsado tenha sido superior ao acordado no momento da compra. Por isso, antes de optar por esse investimento, é importante acompanhar o comportamento da taxa referencial. 

Os títulos públicos, por sua vez, não estão atrelados à taxa referencial. São títulos como o Tesouro Direto, o Tesouro IPCA e o Tesouro Selic. A vantagem é que tais investimentos oferecem uma rentabilidade interessante e um risco baixo, sendo uma opção mais interessante para aplicar seu dinheiro.

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