Consórcio de imóveis- Será que vale a pena?

O consórcio de imóveis é uma modalidade de autofinanciamento utilizada para adquirir um imóvel que é muito popular aqui no Brasil.  Mas será que essa solução de crédito vale a pena ou é uma armadilha? Neste post, a gente explica!

Como funciona o consórcio de imóveis? 

O consórcio de imóveis funciona da seguinte maneira: a instituição financeira responsável pela administração do consórcio reúne um grupo de interessados para comprar determinado número de imóveis que estejam dispostos a arcar com parcelas mensais. Essa mensalidade formará o caixa.  

Graças ao caixa formado, todos os meses um determinado número de participantes receberá uma carta de crédito, que poderá ser usada na aquisição do imóvel. 

Como adquirir o imóvel?

É possível adquirir um imóvel em consórcio de duas maneiras: por sorteio ou dando um lance. No caso do sorteio, ele é realizado pela administradora ou baseado no resultado da Loteria Federal, utilizando o número da cota de consórcio que o membro do grupo adquiriu. Aquele que for sorteado receberá uma carta de crédito no valor definido no momento da contratação do consórcio e poderá usá-la para comprar seu imóvel.

Já a segunda maneira de se adquirir um imóvel funciona exatamente como em um leilão: os participantes do consórcio dão lances para receber o crédito, e ganha o responsável pelo lance mais alto. Nesses lances, cada um dos consorciados pode escolher o quanto pretende antecipar do pagamento. Por exemplo, caso um membro do grupo tenha disponibilidade para quitar 50% da dívida no ato, e ninguém se oferecer para pagar um percentual maior, esse participante será agraciado com a carta de crédito e poderá utilizá-la para adquirir o bem. 

No fim do prazo estabelecido para o consórcio, aquele que não tiver sido sorteado nem ganhado nenhum leilão irá receber a carta de crédito. 

Quais são as vantagens?

Sem dúvida, o principal atrativo de um consórcio imobiliário é a facilidade de se adquirir cotas, algo muito mais complexo e demorado do que acontece no financiamento tradicional.

Para participar de um consórcio, não é necessário obedecer a inúmeras exigências, nem mesmo comprovar renda: para ter direito a fazer lances ou participar dos sorteios periódicos, basta adquirir uma cota e pagar as mensalidades em dia

Outro benefício é o custo total do consórcio. Nessa modalidade, não existe pagamento de juros à instituição financeira, o que faz com que o imóvel acabe saindo mais barato do que se fosse adquirido usando o crédito imobiliário. Entretanto, o consorciado ainda precisa arcar com certos custos, como a taxa de administração da instituição, o seguro e o fundo de reserva. Essas despesas podem ultrapassar 20% do valor do imóvel, portanto, antes de entrar no consórcio, é fundamental informar-se sobre a totalidade dos custos, evitando surpresas desagradáveis.

Vale ressaltar também que o consórcio financia 100% do imóvel adquirido, ao contrário do que acontece no crédito imobiliário. Outra vantagem que precisa ser levada em conta é que, como a carta de crédito tem liquidez imediata, o poder de negociação de quem a utiliza é exatamente o mesmo de quem compra à vista, o que pode facilitar muito na hora de discutir os preços. 

Quais são as desvantagens e riscos?

Porém, nem tudo são vantagens no mundo dos consórcios. O consórcio não é um investimento para quem tem pressa, mas sim uma aplicação de longo prazo, afinal, nem sempre há capital o suficiente para dar um lance vencedor, e nunca se sabe quando o consorciado será contemplado no sorteio.

Portanto, a espera pelo imóvel pode ser longa. Além disso, durante a espera, acontecerão outras despesas, como o aluguel, taxas, contas e condomínio de outro local. Portanto, antes de entrar nessa, é preciso verificar se será possível arcar com todos esses custos, que não têm hora para terminar. 

Outro ponto a que se deve ficar atento na hora de contratar um consórcio é que ele poderá ser reajustado em proporção inferior à da valorização dos imóveis durante o período. Nesse caso, pode ser que a carta de crédito recebida não baste para adquirir o imóvel que você desejava.

Por fim, outra desvantagem é que, além de pagar todas as taxas envolvidas no consórcio, também não haverá remuneração pelo dinheiro que o consorciado está poupando, ou seja, o dinheiro não rende. Apostar no consórcio significa abrir mão dos juros que seriam recebidos caso o capital fosse aplicado em um outro tipo de investimento. 

Trocando em miúdos, o consórcio de imóveis pode ser uma excelente alternativa para aqueles que não têm pressa e podem investir a longo prazo, para quem costuma se dar bem em sorteios e quer arriscar e, finalmente, para quem já tem o dinheiro suficiente para dar um lance competitivo e, assim, abreviar a espera pela carta de crédito. 

Antes de tomar a sua decisão, avalie os prós e contras, estude as possibilidades e faça uma escolha muito mais assertiva!