Por mais experiente que um investidor se considere, não tem jeito: em algum momento, alguma armadilha financeira vai se colocar em seu caminho. Seja a cobrança de taxas indevidas e abusivas, seja uma venda casada, sejam as famigeradas pirâmides ou seja a cobrança de alguma multa ilegal, eventualmente essas armadilhas podem acabar causando prejuízos. 

Para evitar que você caia nessa roubada, decidimos fazer um post inteirinho explicando quais são as principais armadilhas financeiras e como driblá-las. 

1- Títulos de capitalização

Muitas vezes confundidos com investimentos de verdade, e vendidos pelas instituições financeiras como um passaporte para a independência financeira, os títulos de capitalização são, na realidade, meros produtos bancários. Neles, o contratante faz depósitos mensais de forma programada, concorre a prêmios e, no momento do resgate, recebe o mesmo valor inicial investido, sem correção da inflação. Ou seja, a rentabilidade é praticamente nula, o que faz com que esses títulos só sejam um bom negócio para os bancos, e não para os clientes. 

2- Pirâmides financeiras

Quem nunca teve um amigo que, despretensiosamente, fez um convite indecoroso para revender cosméticos ou shakes emagrecedores, sob o argumento de que quanto mais associados você atrair, mais dinheiro vai ganhar? O problema é que o foco desses esquemas não é a venda dos produtos em si, mas sim o recrutamento, uma vez que a pessoa que indica amigos para a pirâmide recebe porcentagens sobre as vendas realizadas por eles, e assim sucessivamente, formando uma corrente.

As pirâmides financeiras são um negócio ilegal, muitas vezes demandam um investimento inicial altíssimo com chances baixas de retorno. Ou seja, são uma ótima estratégia se o seu objetivo for perder dinheiro. 

3- Taxa zero de juros

Repita com a gente dez vezes, até decorar: todas as vendas a prazo têm juros. Se eles não aparecem a olho nu, é porque estão embutidos. Apesar de muito comum no comércio, anunciar ofertas com taxa zero de juros é considerado propaganda enganosa e é uma prática rechaçada pelo Código de Defesa do Consumidor, afinal, induz o consumidor ao erro. Portanto, fuja dessa tentação e sempre compare o preço à vista com o valor financiado. 

4- Vendas casadas

As vendas casadas acontecem quando uma determinada oferta ou condição está vinculada à aquisição de outro produto ou serviço, ou seja, o cliente compra um produto e é obrigado a pagar por um segundo produto para obter o valor anunciado. Elas são muito comuns em bancos, sobretudo na contratação de empréstimos ou de seguros. Porém, também estão presentes em outros tipos de transações, como a assinatura de uma linha telefônica, a contratação de planos de TV e internet em conjunto, casas de show e cinemas que proíbem a entrada de clientes consumindo produtos comprados em outros lugares, entre outros inúmeros exemplos.

Vale lembrar que as vendas casadas são consideradas ilegais e, portanto, cabe denúncia e ação judicial se o cliente se sentir lesado. 

5- Multas em caso de perda da comanda

Restaurantes a quilo, casas noturnas e estacionamentos costumam ter o mau hábito de cobrar altas taxas em caso de perda da comanda ou do tíquete. O que muitos não sabem é que essa cobrança é contra a lei, afinal, o controle do consumo é responsabilidade da empresa que presta o serviço, e não do consumidor. 

6- Os juros do cartão

O cartão de crédito às vezes pode “salvar vidas”, mas também pode ser fonte de dor de cabeça. O pagamento do valor mínimo e as compras feitas em “suaves parcelas” são os principais vilões, afinal, é muito fácil perder o controle, estourar o orçamento e cair na armadilha dos juros diários. Sim, a taxa de juros do cartão de crédito é altíssima, e responsável por fazer muitos usuários ficarem no vermelho.

Nossa dica é evitar ao máximo as compras parceladas e optar pelo pagamento à vista sempre que possível, incluindo pleiteando descontos nas lojas. Assim, é mais fácil manter o controle financeiro e não se perder nos juros por atraso de pagamento. 

7- As despesinhas “invisíveis” do dia a dia

Atire a primeira pedra quem nunca se surpreendeu ao abrir a fatura e se deparar com várias despesas pequenas, em geral, compras por impulso, guloseimas, um cafézinho aqui e acolá e muitas, muitas viagens em aplicativos de táxi ou de carro particular. 

O problema é que, no fim do mês, o somatório dessas pequenas despesas pode acabar resultando em um rombo no seu orçamento, sobretudo porque, em geral, esse tipo de gasto não é contabilizado nem previsto no orçamento. 

A dica aqui é guardar todos os recibos, até mesmo os das compras mais inocentes, e registrar todos os gastos em uma planilha. Assim, você vai conseguir visualizar com mais clareza para onde o seu dinheiro está indo e evitar despesas desnecessárias.