Aluguel de ações – Saiba como fazer isso

Você conhece o conceito de aluguel de ações? Nem todos sabem mas, no mercado financeiro, existe a possibilidade de alugar a propriedade de suas ações para outros investidores temporariamente e, melhor ainda, ser (bem) pago por isso. Esse procedimento é seguro, já que é intermediado pela própria Bolsa de Valores, e pode se transformar em uma boa fonte de renda extra.

Quer saber como funciona o aluguel de ações e quais são os principais benefícios e riscos envolvidos? Neste post, a gente explica. 

O que é o aluguel de ações?

O aluguel de ações é uma operação financeira por meio da qual os proprietários dos ativos os disponibilizam para empréstimos, e os investidores interessados os alugam mediante a concessão de algumas garantias. Como a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) regula o procedimento e as corretoras o intermedeiam, o negócio é completamente legal e seguro.

Muitos investidores trabalham visando o ganho a longo prazo, comprando ações quando estão em baixa para lucrar quando elas se valorizarem. Enquanto isso não ocorre, uma boa saída é alugar esses ativos para não deixar o dinheiro parado e garantir uma rentabilidade.

O locador das ações é quem decide o preço, as garantias e o período do aluguel mas, é claro, não vale a pena cobrar um valor extremamente alto, pois isso reduziria as chances de aparecerem outros investidores interessados em alugar as ações. 

Durante o período acordado, o locador possui todos os direitos sobre as ações, como o recebimento de dividendos, por exemplo. O que se aluga, na verdade, é a possibilidade de fazer operações de curto prazo com aqueles ativos. 

Os ativos que podem ser alugados são os seguintes: ações, Units (ações compostas por ordinárias e preferenciais), ETFs (Exchange Traded Funds) e BDRs (Brazilian Depositary Receipts). 

Como funciona esse aluguel?

No aluguel de ações, os títulos são transferidos temporariamente da carteira do locador para a do locatário, a fim de satisfazer necessidades de curto prazo. Aquele que empresta os ativos recebe o pagamento do aluguel, e, em contrapartida, o investidor tomador pode usar as ações para efetuar transações descobertas.

Na prática, funciona de modo muito parecido com o aluguel de um imóvel. Primeiro, o locador informa à corretora sobre o interesse de alugar seus ativos, estipulando prazos, preços e a quantidade de papéis. A garantia do aluguel será estipulada pela própria corretora, e pode ser composta por diversas aplicações, como CDBs, LCI/LCA, títulos do Tesouro Direto ou até mesmo outras ações. Essa garantia serve para assegurar que o locatário terá capital suficiente para cobrir a liquidação no vencimento do aluguel. 

Depois disso, a instituição mediadora se encarregará de intermediar a ligação entre as duas partes e efetivar a transação. Nessa efetivação, as ações do locador são, enfim, transferidas para a carteira de investimentos do locatário até o prazo definido no contrato.

O aluguel de ações pode ser uma boa oportunidade para aumentar os ganhos daqueles investidores com perspectivas de longo prazo. A taxa de remuneração costuma oscilar entre 2% e 5% por ano, mas esse retorno varia de acordo com a demanda. 

Quais são as vantagens do aluguel de ações?

O principal benefício de alugar ações, para o locador, é a oportunidade de rentabilizar ações que ficariam paradas e, assim, evitar perder dinheiro. Na prática, alugar os ativos é uma maneira de deixá-los render sem precisar fazer nenhum movimento. Além da rentabilidade de até 5% anualmente, o investidor que opta por alugar suas ações também conta com a vantagem de garantir o recebimento dos juros e dos dividendos e de ver seus ativos valorizarem ao longo do tempo. 

Fora os ganhos financeiros, vale lembrar que o aluguel de ações é uma negociação de baixo risco e totalmente sem custos para o locador.

Para o locatário das ações, também existem vantagens. A principal delas é ter a oportunidade de apostar na queda das ações e lucrar com a oscilação do mercado financeiro. Os riscos são os mesmos de qualquer outra operação de curto prazo na Bolsa de Valores. Ao alugar ações, é possível lucrar por meio da venda com preço maior e da compra em cotações mais baixas, em uma estratégia muito usada pelos especuladores, chamada de venda a descoberto

Cabe salientar que, para quem toma as ações por aluguel, existem custos que devem ser avaliados na hora de fechar o contrato. São eles:  a taxa de registro da BM&F Bovespa, que é de 0,25% ao ano sobre o valor negociado; o custo da instituição financeira que realiza a mediação entre as partes, que varia de acordo com o volume do contrato e, por fim, a taxa de corretagem, que também é variável. 

De qualquer maneira, trata-se de um ótimo negócio para ambas as partes, permitindo que cada uma realize os seus objetivos na Bolsa de Valores. 

Você já conhecia o aluguel de ações? Costuma fazer uso dessa estratégia? Então compartilhe esse conteúdo nas redes sociais para ajudar os investidores a diversificar ainda mais suas operações.