Ações e Taxa Selic: saiba como um afeta o outro

A conjuntura econômica mundial ou a de um determinado país influenciam constantemente o comportamento das empresas que têm ações em Bolsa, e o dos acionistas também. Com isso, os preços das ações também variam constantemente, por uma série de motivos.

No Brasil, um desses motivos tem a ver com a taxa Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) em reuniões que acontecem a cada 45 dias.

Nesse artigo, vamos explicar a relação entre ações e taxa Selic e o que você deve saber para entender o que acontece com seus investimentos em ações sempre que ela subir ou cair. Confira!

O que é a taxa Selic

A taxa Selic é a taxa referencial de juros do Sistema Especial de Liquidação e Custódia, um sistema informatizado do Governo Federal, gerido pelo Banco Central. O Selic guarda, registra e liquida os títulos públicos federais.

Como o sistema opera com liquidação bruta em tempo real (LBTR), suas informações sobre os títulos federais permitem a realização diária de cálculos.

Assim, basicamente, a taxa Selic é a média ponderada das operações de financiamento que têm o prazo de um dia.

Como a taxa Selic impacta a economia brasileira

Como você pôde ver, o que movimenta o Selic são as compras e vendas de títulos públicos federais. Boa parte desses títulos é comprada por instituições financeiras. Assim, elas “emprestam” seu dinheiro para o Governo, e este, em troca, paga os juros fixados pela taxa.

Como essas instituições atendem milhões de brasileiros por meio de seus serviços (poupança, empréstimos, cheque especial, linhas de financiamento etc), a economia sente em cheio o impacto de uma alta ou queda da taxa Selic.

Quando baixa, ela leva os bancos a preferirem emprestar mais para o consumidor do que para o governo e com isso, aumenta a oferta de crédito, que fica mais acessível ao consumidor.

Já quando a taxa Selic está alta, os bancos preferem investir mais em títulos públicos (para terem mais lucro) e, consequentemente, cai a oferta de dinheiro ao consumidor.

A relação entre ações e taxa Selic

Como a taxa Selic é o parâmetro de todos os juros cobrados no país, inevitavelmente isso se repercute também na Bolsa.

Quando os títulos públicos se tornam investimentos mais interessantes para os bancos, encarecendo o crédito, as empresas que precisam dele para financiar suas atividades ou para repassar ao consumidor são prejudicadas.

Dessa forma, uma taxa Selic alta também desestimula o comércio. Com o crédito mais caro, há pouco estímulo para consumir, impactando negativamente nos lucros da empresa. Como consequência de tudo isso, as ações dessas empresas se desvalorizam.

Mas há negócios que podem se beneficiar com a queda da taxa Selic: os que estão endividados.

Como grande parte dessas dívidas está indexada ao Certificado de Depósito Bancário (CDI) e este, por sua vez, também usa a taxa SELIC como parâmetro para oferecer rentabilidade, a queda da taxa significa também uma diminuição da dívida. Com menos dívidas, a saúde financeira da empresa melhora e suas ações se valorizam.

Já para os bancos, o lucro vem quando a taxa Selic está alta, uma vez que, nesses casos, suas ações se valorizam.

Por fim, uma outra forma pela qual a variação da taxa Selic pode influenciar no mercado de ações tem a ver com os investimentos de renda fixa.

Os ativos de renda fixa indexados à taxa Selic tornam-se extremamente atraentes quando ela aumenta, pois combinam a boa rentabilidade (graças à alta da taxa) e a segurança (característica típica da renda fixa).

Por outro lado, com uma taxa Selic baixa, a rentabilidade de títulos de renda fixa fica menos interessante. Isso leva muitos investidores a se voltarem para a Bolsa de Valores, apostando principalmente nas ações das empresas que se beneficiarão com a queda da taxa, pelos motivos que explicamos anteriormente.

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